Apresentação

O Departamento de Física da UFV (DPF) foi criado em 1971 com a tarefa de ministrar as disciplinas básicas da física para os cursos de Agronomia, Florestas e Zootecnia. No início dos anos 80 foram criados, a partir da Licenciatura Plena em Ciências oferecida na UFV, os cursos de licenciatura e bacharelado em física. Entretanto até 1990 o DPF se limitou, essencialmente, à sua tarefa de prestador de serviços aos demais cursos da universidade. As exceções foram dois projetos PADCT, iniciados nos meados dos anos 80, que nuclearam os grupos de ensino de física e de instrumentação aplicada à agrometeorologia.

A partir de 1987 o DPF iniciou um esforço sistemático visando a montagem de seus laboratórios de pesquisa através de projetos individuais e institucionais, firmados com a FINEP, CNPq e FAPEMIG. Os recursos aprovados foram da ordem de US$ 450 mil e possibilitaram a instalação dos laboratórios de materiais e fluorescência de raios-X, fotoacústica, instrumentação e das oficinas de apoio.

Paralelamente o DPF passou a investir maciçamente na formação de seus professores, uma condição necessária para consolidar seu próprio esforço de montagem dos laboratórios de pesquisa. Para se ter uma ideia desse investimento, o DPF contava em 1990 com 24 professores efetivos sendo que apenas quatro deles eram mestres em física, dois outros cursavam o mestrado em física e, dos mestres, apenas dois faziam o doutoramento em física. Naquela época os doutores do DPF, num total de cinco, tinham, todos, formação nas áreas de ciências térmicas ou engenharia agrícola. Atualmente este quadro encontra-se completamente alterado. O DPF conta hoje, após a transferência de cinco professores (engenheiros) para o departamento de Engenharia Agrícola, com quase a totalidade de seus docentes possuindo doutorado em física.

Diante do momento atual da sociedade, onde a base do desenvolvimento econômico e cultural bem como o bem estar da civilização dependem de maneira ímpar de desenvolvimentos tecnológicos, que se apoiam no conhecimento científico é imprescindível a existência de profissionais aptos a lidar com todos estes processos que a cada momento acontecem cada vez mais rápidos. O Engenheiro Físico possui formação básica profunda, capacidade investigativa e metodologia para avançar no desconhecido, espírito científico, rigor científico, características estas incorporadas ao profissional advindas da forte formação em física e incorpora também características dos engenheiros como formação gerencial, capacidade para inovar e empreender sendo apto para a pesquisa multi-, inter- e transdisciplinar bem como para o desenvolvimento e apoio tecnológico.

Estima-se que o conhecimento em engenharia duplique a cada 18 meses. Essa velocidade ajuda a explicar a exigência dos cursos, mas também tem levado países da Europa a desestimular a especialização e a buscar uma formação mais generalista, porém, capaz de acompanhar a evolução do conhecimento. Aqueles profissionais com formação polivalente e capazes de tomar decisões em situações incertas são valorizados no mercado, e é neste contexto que o Engenheiro Físico veio preencher uma lacuna da formação em engenharia no Brasil. Esta lacuna começou a ser preenchida no ano de 2000, quando se iniciou o primeiro curso de Engenharia Física, na Universidade Federal de São Carlos. Posteriormente, vários outros cursos foram criados no Brasil, sendo o curso da UFV o décimo quinto a ser concebido, sendo que ainda existe uma grande demanda, crescente a cada dia por este profissional no mercado brasileiro.


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